Que prática cristã você deixou de cumprir nos ultimos seis meses?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

SACRAMENTO DA PENITENCIA




A Tradição da Igreja afirma que “Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial” (Catecismo, 1446). Jesus edificou sua tenda entre nós (Jo 1, 14) para revelar o amor misericordioso do Pai e reconciliar a humanidade com Ele.  Iniciou sua pregação conclamando à penitência: “fazei penitência e crede na Boa Nova” (Mc 1,15). Acolheu os pecadores, reconciliando-os com o Pai (Lc 5, 20; 7,48) e por fim, derramou seu sangue na cruz para o perdão dos pecados (Mt 26,28). Ao ressuscitar dentre os mortos,  enviou o Espírito Santo sobre os seus discípulos concedendo-lhes o poder de perdoar os pecados (Jo 20, 19-23) e os enviou para pregar a penitência e o perdão dos pecados (Lc 24,47). Portanto, o sacramento da Penitência se enraíza na vida e na prática de Jesus.

A pregação vibrante da Boa Nova de Jesus pelos apóstolos fez com que a multidão clamasse: “irmãos, o que devemos fazer?”. Ao que Pedro responde: “arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados” (At 2, 38). O batismo é o sacramento da primeira e fundamental conversão. O sacramento da Penitência representa a segunda conversão. “Salvos pelas águas do Batismo, nosso louvor se enfraqueceu pelo pecado que cometemos, mas o Sacramento da Reconciliação nos convida à penitência, nos renova na santidade” (cf Prefácio da Penitência, Missal Romano). Os Padres da Igreja  consideravam a Reconciliação um “batismo laborioso” (cf. Sacramentum Caritatis, n. 20).

O processo histórico do sacramento da Penitência passou por diferentes etapas no seu desenvolvimento ao longo dos séculos. Destacaram-se três etapas: a) uma penitência longa e rígida para quem tivesse cometido os pecados graves do adultério, da apostasia e do homicídio após o batismo. Os pecadores eram afastados da comunidade e acompanhados pela oração da mesma, enquanto cumpriam longas penitências. Após demonstrarem arrependimento pelos pecados cometidos, eram reconciliados e readmitidos na comunidade e na participação eucarística. Tal penitência só podia realizar-se uma vez na vida. Suas exigências tinham por finalidade a conversão. b) a rígida penitência pública e canônica, aos poucos, foi sendo substituída pela confissão privada e comutativa. Trata-se de uma prática dos monges da Irlanda introduzida no Continente Europeu. Os pecadores confessavam seus pecados ao bispo ou ao padre, sempre que recaíssem no pecado.  Recebiam longas e pesadas penitências e somente depois de cumpridas é que recebiam a absolvição. As exigentes penitências podiam ser comutadas, isto é, substituídas por outras mais brandas, como a recitação dos salmos, peregrinações, doações etc.  c) por fim, a Igreja adotou a  confissão auricular. A confissão dos pecados, tanto graves como leves, era feita ao sacerdote no segredo do confessionário. O pecador declarava seus pecados, recebia uma palavra do confessor, era imediatamente absolvido e enviado ao cumprimento da penitência. 

As diferentes etapas que caracterizaram o processo histórico do Sacramento da Penitência  sublinham a atenção da Igreja para com seus membros pecadores que, arrependidos, desejam ardentemente retornar à comunhão com Deus e com os irmãos.  Assim chegamos ao Concilio Vaticano II que pede:  “o rito e as fórmulas da Penitência sejam revistos de tal forma que exprimam mais claramente a natureza e o efeito deste Sacramento” (SC 72). 
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:

1. Por que ainda hoje se fala “no sacramento da confissão”?

2. Buscando o sacramento da Penitência e da Reconciliação, o que mais as pessoas deveriam buscar e  celebrar?

3. Como entender que Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Penitência e Reconciliação?

4. Ler o Evangelho de João 20, 19-23. 

Fonte: Frei Faustino Paludo, OFMCap


DISCIPLINA COMUM 2011

DISCIPULADO DE JESUS CRISTO

ANTONIO BEZERRA - FORTALEZA

DISCIPLINA   COMUM  -  2 0 1 1